PEQUI É O MAIS POPULAR DE TODOS
O mais popular fruto do cerrado sem dúvida alguma é o pequi, também chamado de ouro do cerrado. Apesar de muitos considerarem o cheiro e os espinhos nada convidativos ao consumo da amêndoa amarelada, o pequi sempre fez parte da culinária e da vida das onde a árvore floresce. Cozinhar no arroz ou no feijão são as maneiras mais tradicionais de preparo, mas várias empresas já se especializaram em extrair o óleo, fazer doces, licores, xaropes e sabonetes com a planta.
“O trabalho de beneficiamento das frutas do cerrado é importante, porque como fruta fresca o pequi tem um mercado restrito. Mas com o óleo, a farinha e outros derivados, os produtores ganham muito mais espaço para trabalhar”, diz o professor de fruticultura da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Carlos Ruggiero, coordenador do portal Toda Fruta, dedicado à troca de informações sobre variedades entre pesquisadores e empresas.
Existem em Minas Gerais muitas cooperativas trabalhando o processamento do pequi em parceria com universidades públicas e privadas. Japonvar, no Norte de Minas, é o maior produtor mineiro de pequi, sendo que mais da metade de seus 8,9 mil habitantes trabalham na exploração do fruto. A Cooperativa de Pequenos Produtores Rurais de Japonvar (Cooperjap) processa além do ouro do cerrado outras 15 variedade típicas da região.
O grande desafio dos pesquisadores e produtores é garantir um cultivo sustentável e racional do pequizeiro. “Ainda não podemos falar em sustentabilidade pois existe muita depredação como a coleta de frutos antes do tempo e sem os devidos cuidados. Há uma necessidade de capacitar o pessoal, como foi feito entre 2000 e 2004”, diz o pesquisador Lincoln Cambraia Texeira, da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), se referindo a um trabalho feito em conjunto com Sebrae entre 230 famílias no Norte do estado na produção e melhoramento da fava danta.